domingo, 11 de setembro de 2011

Consagração


O dia finda com o privar da claridade,
E a incerteza aparece de mansinho.
Fujo, mais uma vez, à obscuridade,
Onde vivo o tormento frio das sombras,
Resistindo ao vazio imenso que me cedeste.

Já não sinto ou contemplo algo,
Não aqui, onde o ruído da essência se dissipou.

É inevitável destruir o resto do âmago,
Dá-lo aos abutres que se inquietam há muito tempo,
Detectando o odor nu da morte,
Mas é nesse instante que o espírito se desprende
E volta ao limiar do teu ser,
Aspirando adormecer na margem do teu corpo cálido,
Porque foste a substância certa, neste cristalino orvalho
Que se desprendeu de nós.

Voltarei a espelhar nas minhas retinas a figura,
Que sempre se reflectiu na alma sentida
Que morou em ti?



O silêncio ainda te consagra,
Porque demonstraste que há corpos
Que brilham nos mais sombrios lugares,
Mesmo depois de se partirem em angústias,
Pois existe esta força que entra pelos poros
E teima em dar-me vida.

- Ana Mateus

terça-feira, 6 de setembro de 2011

"What The Water Gave Me", Florence and The Machine.





" 'Cause she's a crueller mistress and the bargain must be made but oh, my love, don't forget me, when I let the water take me."

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Excerto Passado

"E tudo isto, porque eu posso, pois a vida é minha." 20/08/2008


Se tinha razão na altura, também tenho razão agora.

domingo, 5 de junho de 2011

"Acorda menina linda", Jorge Palma.




"Acorda, menina linda,
Vem oferecer
O teu sorriso ao dia
Que acabou de nascer."

sábado, 14 de maio de 2011

quarta-feira, 6 de abril de 2011

"Through Glass", Stone Sour.



"I'm looking at you through the glass, don't know how much time has passed. Oh God, it feels like forever, but no one ever tells you that forever, feels like home, sitting all alone inside your head. How do you feel? That is the question."

segunda-feira, 14 de março de 2011

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Livro do Desassossego


Vivo sempre no presente. O futuro, não o conheço. O passado, já o não tenho. Pesa-me um como a possibilidade de tudo, o outro como a realidade de nada. Não tenho esperanças nem saudades. Conhecendo o que tem sido a minha vida até hoje — tantas vezes e em tanto o contrário do que eu a desejara —, que posso presumir da minha vida de amanhã senão que será o que não presumo, o que não quero, o que me acontece de fora, até através da minha vontade? Nem tenho nada no meu passado que relembre com o desejo inútil de o repetir. Nunca fui senão um vestígio e um simulacro de mim. O meu passado é tudo quanto não consegui ser. Nem as sensações de momentos idos me são saudosas: o que se sente exige o momento; passado este, há um virar de página e a história continua, mas não o texto.
Breve sombra escura de uma árvore citadina, leve som de água caindo no tanque triste, verde da relva regular — jardim público ao quase crepúsculo —, sois, neste momento, o universo inteiro para mim, porque sois o conteúdo pleno da minha sensação consciente. Não quero mais da vida do que senti-la a perder-se nestas tardes imprevistas, ao som de crianças alheias que brincam nestes jardins engradados pela melancolia das ruas que os cercam, e copados, para além dos ramos altos das árvores, pelo céu velho onde as estrelas recomeçam.


- Bernardo Soares (Semi-heterónimo de Fernando Pessoa)



quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Friedrich Nietzsche


"Ninguém pode construir em teu lugar as pontes que precisarás passar, para atravessar o rio da vida.
Ninguém, exceto tu, só tu.
Existem, por certo, atalhos sem números, e pontes, e semideuses que se oferecerão para levar-te além do rio; mas isso te custaria a tua própria pessoa; tu te hipotecarias e te perderias.
Existe no mundo um único caminho por onde só tu podes passar.
Onde leva?
Não perguntes, segue-o!"

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

"Duas Lágrimas de Orvalho", Mariza



"Duas lágrimas de orvalho
Caíram nas minhas mãos
Quando eu te afaguei o rosto
Pobre de mim, pouco valho
Pra te acudir na desgraça,
Pra te valer no desgosto

Por que choras, não me dizes
Não é preciso dizê-lo
Não dizes, eu advinho
Os amantes infelizes
Deveriam ter coragem
Para mudar de caminho

Por amor damos alma,
Damos corpo, damos tudo
Até cansarmos na jornada
Mas quando a vida se acaba
O que era amor, é saudade
E a vida já não é nada

Se estás a tempo, recua
Amordaça o coração
Mata o passado e sorri
Mas se não estás, continua
Disse isto minha mãe
Ao ver-me chorar por ti."

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

"Go without Me", Wax Tailor



Há muito tempo que não me encantava por uma música como me encantei por esta.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010




"Às vezes construímos sonhos em cima de grandes pessoas... o tempo passa e descobrimos que grandes mesmo eram os nossos sonhos e as pessoas eram pequenas demais para torná-los reais."
- Bob Marley



domingo, 14 de novembro de 2010


"Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já tem a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos."

- Fernando Pessoas

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

"Wish you were here", Wyclef Jean.



"How i wish, how i wish you were here
We´re just two lost souls swimming in a fish-bowl
Year after year
Running over the same old ground
But have we found the same old fears
Wish you were here
"

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Vencida




Sou besta perdida,
Que vagueia dentro desta tempestade negra,
Onde só te reflectes em pequenas memórias,
E meias verdades.



Luto, choro, grito, desfaleço…



O meu desespero
Já só quer mexer no destino,
Sem dar alimento a esta mágoa,
Que se apega e se espalha.


Sem alento nenhum
E com o espírito imundo,
Sinto a Morte a esganar-me,
E a levar-me o último sopro de vida,
Tirando-me assim a única esperança
De morrer, em espasmos,
Naquele teu abraço.


- Ana Mateus

domingo, 24 de outubro de 2010

Não queiras saber de mim (Parte I)


Não dá mais. Decidi que não vale a pena viver assim.
Não sei pensar em mais nada a não ser em ti, não consigo acordar sem te relembrar, sem vivenciar de novo na minha cabeça tudo o que passei contigo…
Quero-te como nunca quis ninguém...
Fazes me falta e sem o teu amor, não vale a pena continuar neste calvário. A minha cruz está tão pesada que nem mil homens a conseguem levantar.
Se não me queres, então eu não me quero…
Viver com este peso não é mais uma opção.
O que me resta?
Nada.

- Catarina

Foram estas as últimas palavras que Catarina deixara a Guilherme.
Desde então tudo mudou!
A vida nunca mais foi senão um oceano escuro e sem vida.
Guilherme chorou, sangrou e morreu por dentro, não tinha vontade para nada, sobrevivera graças à sua mãe, pois era das poucas pessoas que ainda se importava com ele. Ficou meses de cama, não imaginava que Catarina queria aquele fim. Ele nunca o quis, nunca pensou nisso sequer…
Amou Catarina como nunca amou ninguém, conhecia-a melhor que a si mesmo. Tudo nela era felicidade e amor até que pequenas imposturas afundaram a sua essencia. Guilherme questionara-se sobre o preço desses enganos.
Valeriam eles uma vida? Um sonho? Um Amor?

quinta-feira, 21 de outubro de 2010





"Guitarra triste, ouvi dizer que me esqueceste
no teu gemido tão magoado
Guitarra triste, perdi a vez e tu perdeste
o céu oculto aonde anoitece e nasce o fado

O meu peito se apequena como se a alma atormentada
entre as cordas vibrando se quisesse esconder
Fecho os olhos e triste sigo a voz desesperada
que como eu esta gritando toda a dor de viver

Guitarra triste, ouvi dizer que me esqueceste
no teu gemido tão magoado
Guitarra triste, perdi a vez e tu perdeste
o céu oculto aonde anoitece e nasce o fado

Não vou crer de partir com mais ninguém a solidão
escondida de mim no teu triste trinado
o meu traído amor calou minha dor dessa traição
foi por isso que enfim nunca mais cantei fado

Guitarra triste, ouvi dizer que me esqueceste
no teu gemido tão magoado
Guitarra triste, perdi a vez e tu perdeste
o céu oculto aonde anoitece e nasce o fado

Guitarra triste, perdi a vez e tu perdeste
o céu oculto aonde anoitece e nasce o fado."

terça-feira, 5 de outubro de 2010

"By your side"

"Dava o resto da existência por um dia de Amor!"

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Batem...



... as horas...

... desespero,

saudade!

sábado, 11 de setembro de 2010

Chuva



"As coisas vulgares que há na vida
Não deixam saudades
Só as lembranças que doem
Ou fazem sorrir

Há gente que fica na história
da história da gente
e outras de quem nem o nome
lembramos ouvir

São emoções que dão vida
à saudade que trago
Aquelas que tive contigo
e acabei por perder

Há dias que marcam a alma
e a vida da gente

e aquele em que tu me deixaste
não posso esquecer

A chuva molhava-me o rosto
Gelado e cansado
As ruas que a cidade tinha
Já eu percorrera

Ai... meu choro de moça perdida
gritava à cidade
que o fogo do amor sob chuva
há instantes morrera

A chuva ouviu e calou
meu segredo à cidade
E eis que ela bate no vidro
Trazendo a saudade."

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

... e surge um poema. :)

O caminho dele vai acabar aqui...

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

"Fairytale", Ludovico Einaudi

("Simples e bonito, como o meu Amor foi um dia.")

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

1 minuto

"Por onde eu quer que eu vá

vou te levar para sempre..."

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Iris



"And I'd give up forever to touch you
'Cause I know that you feel me somehow
You're the closest to heaven that I'll ever be
And I don't want to go home right now
And all I can taste is this moment
And all I can breathe is your life
And sooner or later it's over
I just don't want to miss you tonight

And I don't want the world to see me
'Cause I don't think they'd understand

When everything's made to be broken
I just want you to know who I am."

- Goo Goo Dolls

sexta-feira, 20 de agosto de 2010